quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Iniciei uma novela, amor. Sobre você que eu degusto, que eu consumo, até ser finito em mim, até ser vírgula para o próximo. És meu como vício, tão fugidio que escapa pelas narinas e lábios, tão descartável que sujas as calçadas e praças. Na tua breviedade de existência quantas tragadas são mesmo? Escrevo-te, pois das tuas cinzas e fumaça sobra-me sempre eu e o meu palato. Amor egocêntrico. Tocas a eternidade através da minha voz e palavra. E, por fim, escolho te manter aprisionado para que eu e você sejamos juntos uma única palavra macia, mas qual? (pausa) Talvez afeto.

ps: leia em voz alta esta palavra, não é macia?